A nossa história terminou da maneira que nunca quisemos. Reformulando, terminou da maneira que eu nunca quis. As juras que me fizeste que não havia mais ninguém e as promessas de que não havia ameaça nenhuma ao nosso amor. Depois, começaram as mentiras, os segredos, as amnésias e, inevitavelmente, as discussões. Ainda guardo as tuas palavras junto ao peito, aquelas em que me disseste que eu era a mulher da tua vida e que nunca irias querer outra alma ao teu lado. Os dias passam por mim sempre iguais e a cada noite eu choro um pouco, tentando esvair de dentro de mim este sentimento inútil que deixaste em mim. Deste-me a tua palavra "não te preocupes com ela", eu não a quero, quero-te a ti", no entanto é ela que vê o teu sorriso neste instante, és tu o seu parceiro de todos os momentos. Disseste-me que nunca irias embora, que nunca me partirias o coração e que nunca me abandonarias, no entanto aqui estamos nós. Eu permaneço aqui despedaçada pela tua ausência enquanto tu colas-te em perfis imundos e mundanos. Como pudeste ser tão descuidado com o meu coração? Eu avisei-te que ele era extremamente frágil. Tu tentas entrar e sair do meu peito como se o mesmo fosse um hotel onde permanecesses apenas quando te é conveniente. Não te permito este vaivém. Não admito que sejas este rodopio de emoções. Não aceito partilhar-te com o mundo e depois refugiar-te nos meus braços. Não. Mil vezes não. Nunca fui suficiente. Jamais seria suficiente perante a tua fome de conhecer o mundo. Deixa-me desprender do amor que eu nunca quis sentir. Permite-me ficar longe de ti que esgotas a minha vontade de existir sem essa presença magnética. Esquece-me. Dá-me permissão para que te esqueça também. Espero um dia conseguir sentir um pouco menos. Cada noite menos lágrimas. Cada dia menos angústia enredada no olhar até um dia voltar a ser livre. Como pudeste ser tão descuidado com o meu coração?
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