sábado, novembro 09, 2024

Silêncio.

 

 


 Já não sei há quantas noites o sono abandonou-me. Quando vais regressar aos meus braços? A saudade devora-me a esperança de voltar a ouvir a tua voz ou ver o teu sorriso. Gostava que soubesses que eu não reflecti nas palavras que te disse na última vez: tu não és insensível. Perdoa-me se ás vezes disparo vocábulos como se fossem flechas. Eu compreendi desta vez, não voltará a acontecer. Volta para o meu abraço onde ambos sabemos que pertences. Esperei tanto tempo por alguém como tu, por favor não me digas adeus como se não te importasses perder-me. Foi um amor recíproco, um amor mútuo e eu quero continuar a poder sentir esse amor. Diz-me, porque queres despedir-te? Não me despedaces o coração dessa forma tão cruel. Eu e tu sabemos, soubemos desde o primeiro momento, desde o primeiro instante.  Desde que me abandonaste eu não descanso a alma nem o peito em momento algum. Eu falo com amâgos que serão temporários, esqueço-me de palavras, vagueio apática pelas ruas, vivo um autêntico pesadelo do qual não consigo acordar. Diz-me novamente, porque não podemos ser corações entrelaçados quando eu senti tanta paixão nos momentos que nos perdemos um no outro? Porque é que eu só consigo pensar em ti? Porque é que só reconheço felicidade nos outros e tristeza desesperante em mim? Porque é que escrevo estas palavras que tu nunca irás ler?  Volta para mim. Eu suplico, volta. Silêncio. Eu compreendi desta vez, tu não vais regressar a este peito que chora angustiado...


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