quinta-feira, junho 12, 2025

Carta aberta a ela.

 

 

 

Sei perfeitamente que não conheces a minha essência e não entendes a origem destes vocábulos, mas a tua presença fantasmagórica em cada passo meu exige que a ti me dirija. Peço-te, da forma mais humilde exequível, que permitas afrouxar os laços que ainda te ligam tão intensamente a ele. Tanto ele como eu precisamos desse gesto simbólico para que a nossa entrega mútua não ecoe o teu nome nas sombras de um passado que teima em não querer ser apagado. E acredita, uma grande parte de mim, percebe-te perfeitamente. Quem quereria deixar ir um amâgo assim tão perfeito? Quem poderia querer cortar todas as amarras que ainda a prendem a um coração generoso, altruísta, repleto do mais puro amor, capaz de todos os gestos incondicionais que qualquer mulher deseja, e ainda mais, sem pedir nada em troca? Eu também não iria desejar não voltar a vislumbrar alguém que voa para os meus braços sempre que eu chamasse. Posso contar-te um segredo? É para o meu abraço que ele corre agora. É no meu peito que ele se aconchega. É no meu coração que os seus medos se acalmam. Nos meus beijos que ele descansa a mente perturbada. E, ao contrário de ti, eu sempre irei valorizar um amor assim. Gratidão pelo caminho dele ter cruzado o meu. Não sejas márt[ir]a, é demasiado tarde para isso. As minhas palavras são a despedida que ele procura ainda dentro de si porque estão embrulhadas ainda na coragem que cresce aos poucos. Quero ainda, por fim, agradecer-te do fundo do meu coração por não teres valorizado o parceiro maravilhoso que tiveste a teu lado durante vinte e três anos e que não soubeste apreciar e amar com todo o coração, corpo e alma. Farei tudo o que estiver ao meu alcance para que o meu amor faça-o esquecer o teu nome, o teu rosto, a tua voz e a tua ingratidão, mas sobretudo farei o possível e impossível para transformar os meus momentos ao lado dele em eternidade.


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