Maldita hora em que permiti que entrasses na minha vida. Deixei-te
insistir e com as tuas leves investidas, o meu coração foi afastando a
armadura que o protege. Permiti que as tuas doces palavras convencessem o
meu peito que era amor que sentias por mim. Acreditei no que proferias
por ser tudo o que eu queria ouvir e preferi afastar a voz da intuição
que gritava para fugir de ti. No início eras exactamente como um amor
deve ser: querido, atencioso, companheiro, amoroso, intenso e quase
perfeito. Conforme foste atentando contra o meu pobre coração e eu
cedendo contra a minha vontade, todas as qualidades começaram a
desvanecer-se. Assim que fiquei rendida a ti, desapareceram as promessas
de fazer-me feliz, de sacrificar tudo o que que magoava e comecei a
sentir-me excluída da tua vida. Sentia-me sozinha perto de ti e a dor de
ter-te a meu lado começou a ser muito mais excruciante que a dor da
saudade. A tua companhia que outrora fazia-me delirar agora é apenas um
resquício de dor, de mágoa e a lembrança de como, agora, nunca serei
suficiente aos teus olhos, mesmo que te dê o mundo. Deixei de ser
prioridade e o teu amor de todos os instantes e comecei a ser apenas
alguém para as horas vagas. Este amor que sinto não é o que basta para
manter-me aqui, á espera de um futuro a dois que nunca será da maneira
que sonhei, e muito menos, da forma que me prometeste. Deixa-me ir,
peço-te. Não me voltes a dizer que não permites que eu parta. Estou tão
cansada de sentir-me e ser-me assim neste amor que não o é. Quero voltar
a ser livre das amarras de um sentir que me tortura. O amor não deveria
ser assim. Não foi assim que me mostraste ser o teu sentir por mim no
início. Deixa-me partir, imploro-te. Por mim. Por ti. Por nós. Maldita
hora que entraste na minha vida...
domingo, junho 12, 2022
Maldita hora.
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