domingo, novembro 21, 2021

Transbordei.

 


 Sou intensa. Não me basta ser pétala se posso ser flor. Não me contento em ser faísca quando prefiro ser vulcão. Entrego-me de sangue fervendo, com veias latejantes, olhos furiosos e peito remendado. Trago no peito um coração que não se cala nem aceita silêncios. Sou tempestade porque não consigo ser apenas gota. Composta por amor em cada átomo porque não sei apenas gostar. Sou fragilidade que encontra força nas suas falhas e que sente sempre mais a cada entrega. Sou o meu próprio abrigo nos dias em que faltam os sorrisos e as lágrimas teimam em cair. Sou o meu próprio caminho. Sou o fogo que arde porque não sabe ser menos que tudo. Não adianta, meu amor. Sou um oceano que não cabe em represas. Transbordei.

Sem comentários: