quinta-feira, novembro 25, 2021

Ninguém.

 

 


Ninguém nunca gostou de mim sem segundas intenções. Gostar da minha companhia só porque sim. Querer os meus abraços porque guardam dentro deles a sinceridade de um amor puro e verdadeiro. Aceitar os meus beijos na palma da mão e não querer que eu fugisse á procura de outro ser. Ninguém teve um medo desmesurado de perder-me e achar que nunca encontraria alguém como eu. Ninguém nunca quis saber tudo sobre mim, sobre as minhas manias, os meus gostos, o meu estilo ou a minha cor preferida. Ninguém nunca quis conhecer a minha alma e o que há dentro de mim. Nunca alguém permitiu que eu me abrisse e fosse eu, transparente. Queria sentir em mim alguém que conhecesse as minhas fúrias, a minha intensidade, os meus momentos menos bons e decidisse permanecer mesmo assim.  Ninguém nunca segurou a minha mão e disse-me que eu podia contar as minhas decepções, ninguém nunca quis ouvir a minha voz rouca e com sono antes de tomar o meu primeiro café do dia. Jamais alguém nesse mundo ingrato olhou-me com carinho e quis ouvir por horas as minhas teorias sobre o amor, sobre as minhas crenças ou o que eu pensava sobre o que acontece depois de tudo isto. Ninguém me conhece verdadeiramente nem nunca houve alguém que se esforçasse para conhecer.

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