terça-feira, outubro 12, 2021

Não me partas o coração.

 

 


 Estou a pedir-te educadamente, não partas o coração que sente já amor por ti. Sento-me na beira da cama sozinha a relembrar os momentos passados a teu lado, horas no café perdida em ti, absorta no teu olhar. Não resta nada além das memórias de nós, os momentos em que eu sentia que quase alcançava o céu. Eu deveria saber que nada dura para sempre, nada acontece conforme eu planeio. Repito para mim mesma "mantém-te calma" enquanto sinto-te a desprender os dedos da minha mão. Cada segundo que passo longe de ti, quando o que mais queria era passar cada minuto a teu lado, é um segundo que não podemos resgatar. Aqui permaneço perdida no silêncio, sabendo que nunca consigo identificar a solidão até reconhecer todos os sinais, e eu sei que deveria partir sem olhar para trás. Preciso saber se a nossa história chegou ao final para pedir-te um último abraço e permanecer no teu olhar uma derradeira vez.  Não partas o coração que sente tanto amor por ti. Eu tento ser forte, mas falta-me já a coragem para sentir o mesmo desespero de cada vez que alguém decide abandonar-me. Sinto-te tão próximo em alguns instantes e tão longe de nós no momento seguinte. Somos almas interligadas num dia e estranhos que nunca se aproximaram no dia seguinte. Não partas este coração, peço-te. Esta é a primeira mágoa, mas sinto como se fosse antes um sinal de alerta para recolher-me e evitar a vulnerabilidade que tanto aterroriza-me. Não me partas o coração, por favor.

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