Deixaste-me entrar no teu mundo enquanto a vista sobre a baía da cidade permanecia na minha mente. A noite abraçou-se a mim e senti-me segura, reconfortada e embalada pela tua virilidade. A minha alma sentiu que era especial ao conhecer o sítio onde te permites ser vulnerável, quase como se tivesses aberto antes as portas do teu coração. Quis tanto sentir o peito transbordar de um amor avassalador, quase pueril e inocente, mas tudo o que ouvi foi a voz da razão a ecoar no pensamento. Sentir-me protegida e acreditar que a minha vida pode ser colocada nas tuas mãos sem problema algum, não me aquece o ânimo. Devoro os teus afectos numa tentativa desesperada de sentir tanto quanto queria, mas o desejo não se transforma em sentimento. A tua entrega é tanta e tudo o que eu posso dizer é desculpa por não conseguir dar-te tanto quanto queria. Ser mais coração e menos pensamento. Libertar-me de medos e deixar que além do corpo, conquistes o que existe cá dentro. O que me faz pulsar o sangue. O que alimenta o oxigénio. Os momentos em que me sinto viva. Sentir que posso confiar foi o que sempre desejei uma vida inteira, mas ao preço de um coração que permanecerá sempre tépido, valerá a pena?
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