Ninguém conhece o que alberga o meu coração. Aprendi com a solidão a guardar dentro de mim a verdade dos dias que por mim passam. Sou a personificação dos sentires intensos que fazem o sangue ferver e do renascer de forma teimosa perante as adversidades da vida. Aprendi a rir quase tanto como soube chorar. Aprendi a ser sempre tudo para quem gosto e quero, mesmo que não esteja lá ninguém quando eu sinto-me pequena. E tantas vezes que me falta um abraço, uma mão estendida, um sopro de amor. Sei quem sou e quem quero ser, sei o caminho que estou a percorrer sem olhar para trás. Sou eterna sonhadora e desesperada resiliente. Pinto os lábios de vermelho e disfarço o sorriso que esconde a tristeza. Visto-me de cor para esquecer os dias cinzentos. Apaixono-me tantas vezes por pessoas bonitas, bonitas por dentro. Ninguém sabe o que me vai na alma. Ninguém sonha o que guardam os meus pensamentos, os meus sentires, os meus devaneios. Compreendi como calar a voz interior porque de cada vez que coloquei o coração fora do peito, sugaram-me. Aprendi a gostar do silêncio e a permitir-me ser embalada por ele. Quando preciso desabafar sobre os meus medos e tudo o que me consome o espírito, confio somente na minha voz interior. Guardo tudo o que gostava de poder dizer em voz alta. É a minha forma de ser e de proteger-me. O mundo sempre foi demasiado cruel ao devorar um amâgo sensível como o meu. Não sou como as restantes almas nem quero ser. E os outros, não sabem nem nunca saberão tudo sobre mim.
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