quinta-feira, julho 01, 2021

Até quando?

 

 

Não estás aqui e o meu coração grita que já não vens. Não queres regressar. Fecho os olhos e respiro fundo. Fico parada por alguns segundos perdida no silêncio da solidão. Não gosto da sensação de vazio que se apodera de todo o meu ser. Estou só novamente. Desde que te guardaste na ausência de palavras, tudo o que consigo fazer é apreciar o calmo bater do coração.  Mal bateste a porta com a força da tua personalidade autêntica e independente, assim como quem escreve um ponto final de uma história de amor, eu caí na cama e fechei os olhos. Deixei o meu olhar percorrer as tuas palavras uma derradeira vez no sossego da noite, permiti que o meu peito desacelerasse aos poucos. Não sei se sei viver sem ti e sem o teu aroma a groselha. Não sei se o meu coração irá aguentar esta falta de ritmo e adrenalina. Não sei se a minha boca não secará sem o doce dos teus lábios, não sei se os meus olhos não secarão com a falta da tua luz. O teu olhar cor do céu.  E saber que não sentes a minha falta,  que não te incomoda a ausência das minhas palavras, que não há saudade em ti, que os sentires ávidos não passaram de desejo carnal e nunca foram intensidade de um coração pulsando por mim, é o que me está a matar aos poucos. O preço a pagar pela paz é a morte com sabor a frutos doces envoltos na tua neblina. O mesmo nevoeiro em que te envolveste e esfumaste. Deito-me na cama e aguardo. Estou sem ti. Estou só. Estou perdida. O peito doí tanto, mas tanto. Até quando?

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