Existem pessoas que ficam alojadas no nosso coração muito rapidamente. Algumas conseguem manter o seu lugar, outras simplesmente são
transferidas para a mente ou quem sabe, para fora do nosso corpo. Concluo aos poucos e poucos que não é assim tão dolorosa a transferência
para fora do nosso coração. Crucial e inequívoca é a estranheza da distância. Não ver a alma que dá um outro significado ao teu respirar, não esbarrar contra ela, não dizer apenas uma palavra pode ser
fatal. Aos poucos perdem-se os vocábulos nas paredes do silêncio tão incómodo e banal. Sorrisos como o teu que habitavam o meu coração acabam por diluir-se no sangue. Correm nas veias e exalam o seu semblante esfumado nos poros de uma pele resignada. Mas sabes, existe no entanto aquele ser que fica alojado no nosso coração muito rapidamente e para todo o sempre. Não é uma alma como outra qualquer. Aparece e permanece, fazendo notar a sua presença de cada vez que o coração bate mais forte. Fica no canto mais especial do teu ser, reservado apenas para quem faz o teu amâgo vibrar. Os outros
arranjam lugar numa cavidade qualquer e ao fim de algum tempo desvanecem-se e mudam de cor. Entristece-me que tenhas te esquecido de que o (meu) coração é o lugar mais confortável do mundo.
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