sexta-feira, abril 16, 2021

Tu m'as brisé le coeur.

 

 

 

Feriste-me o coração nesta mágoa em que me afogaste. Gritaste-me que tinhas saudades minhas e abandonaste-me no silêncio constrangedor. As tuas palavras fugiram durante a noite sem que eu pudesse fazer algo para as impedir. Sozinha, prostrada no chão do quarto, enxugo as lágrimas cortantes enquanto releio as tuas palavras e demoro o olhar sobre fotos de ti. Eu permiti-me sentir, tentar e perder-me novamente nesses teus olhos. Permiti-me ter esperança, sonhar contigo e deixei que sentimentos que não são recíprocos tomassem conta de mim. Não tenho uma alma forte que baste para lutar para que fiques. Perco-me nos medos que me assombram ao sentir que não sou suficiente para alguém como tu, ainda que eu seja tão tua. Esta angústia que me estrangula o peito é tão familiar. Recordo-me perfeitamente das vezes que no passado enredou-se no meu coração sempre que senti amor. A reciprocidade nunca habita no meu amâgo ou no meu ser. O amor é um jogo em que perco sempre. Não sei as palavras certas, não conheço as alturas certas para permanecer em silêncio, não consigo pressentir quando devo ser emoção ou razão e quando devo empurrar para fora de mim todas as  fraquezas. Carrego hoje no meu interior a dor de um novo amor despedaçado, de uma nova ausência e de uma idiota esperança que voltei a deixar colar-se a mim.

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