Desvio a face corada quando os teus olhos cor de esmeralda fixam-se nos meus. Finjo que estou perdida na escuridão porque o meu coração não saberia perder-te. Prefiro esconder que não te sinto em cada canto de mim, no entanto tudo o que eu desejava era esquecer-me do Universo resguardada na tua companhia. Não preciso de palavras para explicar o que albergo dentro do meu ser, toda a energia que vibra dentro de mim é indiscritível. Quando me perco no teu olhar, eu quase consigo visualizar o incêndio que consome a tua alma. Internamente, a tua essência borbulha de sentimentos intensos e uma natureza complexa, repleta de vergonhas e vontades impronunciáveis. És como uma represa que guarda o seu próprio universo emocional, extremamente apavorado pela ideia de sentir-se algum dia vulnerável. Que experiência única imagino ser desvendar os teus medos, os teus receios e alimentar o teu coração com um amor original, verdadeiro e inigualável. Prometer não magoar o teu interior já tão protegido por barreiras e depositar apenas os sentimentos mais nobres enquanto permitimos que o amor transborde de um para o outro. Encontrar em ti o meu lugar favorito. Seres alguém em quem eu poderia sentir-me segura, depositar o meu amâgo tão desiludido e deixar que reconstruísses o meu coração. Pela primeira vez, ter alguém recíproco que cuidasse de mim na mesma medida que eu sempre cuido de alguém. Sentir-se maior que o mundo lá fora enquanto o mesmo desaparecia. Congelar a minha mão na tua face enquanto, em extâse, o tempo parece parar, estando eu perdida no teu olhar...
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