Sou calma e guiada pela razão sempre que conheço uma alma. Sinto-me segura e bem sozinha sem que ninguém tenha em seu poder a capacidade de partir-me o coração. A troca de palavras flui naturalmente, a pressa não existe em mim e a ansiedade não se cola ao meu ser. O problema começa quando eu permito-me sentir e deixo que a intensidade brote da profundidade do meu interior. Nessa altura, começo a percorrer um caminho angustiante de auto-destruição e sabotagem. Tudo o que na minha mente era perfeito, naturalmente construído, começa a corroer a minha mente ao ponto da mesma tornar-se a minha pior inimiga. As minhas inseguranças começam a alimentar os dramas e eu começo a fugir, a afastar qualquer alma de mim, a esconder as palavras, a sentir-me menos do que sou e a estragar tudo. E eu sei que de cada vez que tentar deixar alguém entrar na minha vida, vou apenas desiludir. Sinto sempre as paredes a fecharem-se sobre mim quando o meu coração bate por alguém. Sou eu que as ergo e a cada desilusão, as muralhas são um pouco mais impenetráveis. Torno-me fria a ponto de sentir medo de nunca mais conseguir voltar a amar alguém. Porque não posso por uma vez, permitir-me ser feliz? Porque tenho que queimar o meu próprio caminho? Estou cansada e doem-me as pernas, exausta por fugir constantemente de todas as razões que me fazem querer ficar. Ninguém consegue fazer-me sentir digna de querer um amor assim. E eu incendeio por fim a ligação emocional que construímos e volto a isolar-me dentro de mim.
quarta-feira, abril 21, 2021
Sabotagem.
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