Gosto tanto de ti que quase dói na alma. Trago-te comigo em cada sopro e em todos os suspiros. Por ti, e por sentir-me segura na tua presença, derrubei muralhas que construí no meu interior. Mostrei-te o meu cerne nu e cru sem pudor. Todas as partes vulneráveis de mim. Os fragmentos obscuros com os quais me custou lidar no passado. Os pensamentos que povoam a minha mente e a fazem girar sem parar. Não preciso que os compreendas, mas necessito que me aceites com todas as partes de mim que estão danificadas e que eu não sei como consertar. Sinto que fomos feitos um para outro. Sinto que és a minha derradeira e única oportunidade. Conseguirias amar-me sem pensar em mais nada? Colar os teus medos nos meus e esquecer o resto do mundo? Se o céu caísse sobre nós, prometes que guardavas-me nos teus braços fortes e apertavas-me contra o teu peito? Permitias que me enredasse no teu pescoço enquanto me perdia irremediavelmente no teu olhar? Abria o peito e deixava que fosses tu o primeiro ser a tocar-me no coração, a roçar os dedos na intimidade que escondo por trás de todos os receios e fachadas. Contigo esquecia-me de ser forte, deixava-me sentir pela primeira vez em muito tempo, parava de controlar os sentimentos e deixava-me ir. Devorava-te a alma e fundia-a com a minha. Quero-te tanto a ponto de não saber onde termino e começas tu. Este meu coração diz-me que já não consigo mudar de caminho. Já soletro o teu nome nos meus sonhos, oiço a tua voz no canto esquerdo da mente e relembro o sabor dos teus lábios sempre que as tuas palavras correm na minha direcção. Queria tanto esquecer todos os medos e temores que me atormentam, mas sou tão frágil. Não sei onde guardar todo este sentir que me extrapola por completo, mas de algo eu tenho a certeza, nada entre nós iria mudar. Porque eu sei o que sinto.
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