Não quero que vás. Não quero que te desprendas do meu abraço neste névoa de mim. Sinto como se estivesse a perder-te ainda antes de seres meu. Uma parte do meu coração desprende-se hoje do meu peito e cola-se ao teu, na tentativa vã de evitar a saudade que já pressinto que irei guardar nas lágrimas escondidas nas minhas palavras. Ainda que prometas o teu regresso, a minha alma estremece perante a possibilidade de não voltares a mim ou, pior ainda, voltares diferente. Menos meu. Menos expansivo. Menos de coração aberto. Todos os meus medos explodem hoje, na véspera da tua inusitada partida. Eu tento não permitir que percebas os meus receios e o quanto o meu coração é já teu, mas sinto que estou a falhar miseravelmente. Eu não sei sentir menos que isto e não sei receber os sentires pouco a pouco. Já existe tanto de ti dentro de mim e o temor apodera-se de mim quando penso que possas perceber nos meus vocábulos o quanto gosto de ti. Não quero que vás e no entanto, não te posso pedir para ficar.
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