sexta-feira, fevereiro 17, 2012

Que queres de mim?



Drenas-me a sanidade mental a cada segundo que passa. Cada passo teu atormenta a minha psique que, assustada, suplica que esquecas que eu existo e desligues os teus sinais do oxigènio que inalo. Estás em cada pavor que se passeia pelo meu coração. Escondeste-te em cada palavra que oiço e choro em silêncio lágrimas invisiveis, refugiada nas incertezas que guardo nas mãos frias que coloco no bolso do casaco. O café já não me acalma o animo e o teu antes caloroso olhar, transmite agora um significado que não consigo discernir no pânico desmesurado que colei ao meu dilacerado sentir. Já não quero estes sentimentos, devolvo-tos. São feitos de logros que eu não consigo acalentar. O terror que depositaste no meu ser ocupa todo o espaço reservado ao amor que deveria sentir. Que comecei a deixar entrar em mim, com passos ténues e ansiosos. Estou assustada, sabes? Não quero que alojes raiva em ti quando tudo o que quis foi aprender a sentir-te. Pedi-te que me deixasses ser um pouco tua e tu um pouco meu, neste jogo que se revelou mortífero no seio do meu ser. Magoas-me e torturas-me agora, mas nunca, nunca ver-me-ás chorar ou sofrer por tua causa. Ainda que esteja completamente apavorada e este vazio me devore a alma após as tuas crueis palavras, reúno em mim as poucas forças que restam para que vejas somente espelhado no semblante um sorriso impenetrável e uma vontade de amar, mesmo que já não sejas digno desse sentir.

2 comentários:

Catarina Luna disse...

as tuas palavras são dignas de valor.

daniela fernandes disse...

Adorei a forma como escreves. Parabéns!