sexta-feira, novembro 11, 2016

Oceano de enganos.

Sinto-me como se tivesse sido acordada de repente, a meio de uma tempestade. O mar está furioso e grita a plenos pulmões para que eu desperte da rede de mentiras em que durmo. Fui envolvida numa nova enseada de esperança, guardada suavemente por mil e um enganos e acreditei que desta vez o oceano, que se mostrava mais calmo e sereno, seria meu companheiro e confidente. A mesma força da Natureza que me acalmou com as suas doces palavras e gestos de carinho, atira-me impediosamente para o centro de um tsunami e decide banhar, sem qualquer remorso ou justificação, uma velha enseada que encontrou no seu caminho. E eu, que sempre fui sua amante e protectora, sou mais uma vez relegada para um porto seguro até que os novos caminhos se revoltem como sempre fazem. Tive esperança que já tivesse percebido que novas rotas serão sempre o que provocarão as tempestades nele e em mim, mas a sede que nele reside, nunca permite que atraque no meu coração e o desejo de aventura será sempre a distância que se colocará entre nós. Quando a gasta e podre enseada rejeitar o teimoso oceano, espero que o meu coração tenha finalmente deixado de ser o seu recanto escolhido para curar as suas mágoas e tenha decidido deixar de nadar nestas águas que teimam em afogá-lo em mágoa e desespero.

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