Queria poder dizer-te o quanto ainda preciso de ti, mas as palavras perdem-se pelo caminho. O medo é mais forte que eu, mais forte que tudo. A rejeição aguarda silenciosamente que eu dê o primeiro passo para que se torne a minha sombra diária. Se eu soubesse ser merecedora do teu amor, as palavras seriam pássaros livres que voariam ao teu encontro e eu deixaria de sentir a garganta presa por tudo o que não quero ou não posso dizer. Os teus demorados silêncios confundem o meu coração e escolho esconder-me mais tempo no silêncio, agarrada á esperança que te recordes de mim e que, pelo menos, uma ínfima parte de ti tenha consciência neste momento ou venha um dia a saber o quanto és importante aos meus olhos. Permaneci durante o desespero, o abandono, a saudade, o vazio, a substituição, o renascimento e, ainda assim, sinto como se nada tivesse sido suficiente para ti, como se todos os meus gestos fossem apenas actos que preferias oriundos de uma outra alma. Eu queria gritar tudo o que acontece nos meus sonhos, os medos que me assombram á noite, os arrepios de amor que sinto no amâgo quando te vejo, mas o medo ao imaginar a tua reacção vai sempre sobrepor-se á vontade de declarar os sentires que me percorrem o corpo. Pelo menos, por agora.
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