sábado, outubro 29, 2016

Não contei a ninguém o meu amor por ti.


Não contei a ninguém o meu amor por ti. As palavras não me faltaram e eu sabia bem qual era a resposta a essa pergunta. Eu não quis que soubesses, mas a verdade é que toda eu era medo naquele instante. Senti pavor que, se contasse a alguém o quanto fazias o meu coração bater, voltasses a fugir e eu nunca mais te pudesse ver ou sentir perto de mim. Sei perfeitamente que não sentes o mesmo quando confidencias-me o teu dia, nem quando te lembras de mim, mas saber que estás por aqui quando eu preciso, basta-me. Podiam perguntar-me se não será isto uma ténue forma de tortura, ter-te mesmo ao alcance dos meus dedos e não poder jamais tocar-te. Na verdade, é uma das maiores dores que o meu coração já sentiu e lamento imenso ter que fazê-lo passar por isso, mas a alternativa é muito mais dolorosa. Ele sabe que prefere ouvir o som das tuas palavras enquanto os teus lábios se movem suavemente, sentir o aroma inebriante da tua pele única, poder fixar o olhar no teu, regojizar-se com a tua companhia enquanto os minutos e as horas passam sem que ele e eu nos demos conta: sem isto, o meu peito era um enorme buraco negro em que se afundariam todas as mágoas e onde a ausência de um coração pulsante era, outrora, a mais óbvia lacuna. Porque sem um pouco de ti, eu não sou a mesma e tudo o que sinto e sou, é nada.

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