domingo, fevereiro 19, 2012

Dezanove de Fevereiro.


Sabes amor, eu ainda recordo como se fosse ontem. Relembro cada palavra, cada pensamento, cada sensação que me percorreu deliberadamente a espinha naquele dia. Ainda que tenham passado cinco dolorosos e penosos anos,  mil oitocentos e vinte e cinco dias de saudade interminável e de incessantes e (quase sempre) pertinentes questões, parece que tudo aconteceu ontem. A felicidade que senti continua abraçada ao meu coração, teimando em afastar a angústia de já não estares ao meu redor. Os sorrisos que plantaste na minha alma naquela fria noite de Fevereiro, continuam a lutar e tentam sem cessar manter-se acesos neste interior que tanto pretende olvidar-te. Não é que eu queira viver sem ti, longe de mim desejar ser feliz sem ser perdida nos teus olhos cor do céu ou no teu sorriso inseguro e indecifrável; mas o destino ensinou-me, pouco a pouco que não pertenco nos teus braços nem sou eu a dona do teu malogrado coração. O cruel desígnio demonstra-me, por meio de ausências e meias palavras, a tua falta de sentir e a distância explica á minha alma o quanto tu não quiseste ficar. Eu revolto-me e digo a quem me quiser ouvir que as coisas eram mais complicadas do que possam parecer, mas a verdade, a verdade é que no profundo do meu ser eu sei, ainda que me rasgue as entranhas possuir esta sapiência, que se realmente pretendesses aprender a amar-me e a conhecer cada recanto do meu corpo, do meu cerne e do meu coração, tu ter-te-ias esforçado e nunca ter-me-ias abandonado ou desistido de nós, mesmo antes de termos sido um "nós".

1 comentário:

n. disse...

oh, que lindo! perdi-me nas linhas e achei fantástico. cinco anos? oh, és realmente algo de espantoso, pequena. gostava que ele te amasse como o amas.