Faz hoje um ano que o meu coração parou. A felicidade esvaiu-se do meu amâgo e senti-me sem chão. Encontro-me, ainda hoje, á procura de um lugar que me pertença. Uma casa, um peito, um aconchego. Viste as minhas lágrimas escorrer pelo excesso de dor e permaneceste intocável na tua magnitude. O meu mundo estagnou e nunca mais consegui sentir da mesma forma. Tudo o que me abraça desde então são as desilusões, os quase tudo que nunca chegam a ser, as presenças efémeras de almas que, tal como tu, nunca têm real intenção de permanecer em mim. Esta intensidade no ser é, sem dúvida alguma, benção e simultaneamente maldição. Almejava eu conseguir dar os passos necessários para longe de corações vazios que sabem fazer nada além de estragar o meu peito. Sonhava eu, desde menina, conseguir entregar menos do que sou a quem nunca merece receber um amor tão puro como este com que sou capaz de abraçar corações. Se ao menos houvesse alguém com os mesmo sentires desmesurados, as mesmas urgências no olhar, iguais modos de querer passar cada segundo juntos. No entanto, como tu mesmo disseste-me, ninguém pretender permanecer na minha vida muito tempo. Sou muito para estas carcaças vazias que deambulam por este mundo. Sou demasiado. Até para mim mesma.
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