Passaram-se dois meses. Nada mudou. Meu amor, dois meses e nada mudou. Estamos vivendo uma mentira envolta nos mesmos sentimentos de outrora, percorrendo uma meia verdade. Nada mudou. Nada mudou. Ainda sinto-te cobrindo a minha pele, o teu perfume em mim, as tuas mãos no meu peito, o teu calor a enebriar-me os sentidos. Agora preciso de ti e não estás aqui novamente. Mais uma vez. Sinto-te na minha corrente sanguínea. Nada vai mudar. Continuas a manipular o meu coração. Continuas a puxar os cordeís ao som da tua melodia. Sempre ao teu compasso. Eu precisava que tivesses ficado mais que um momento. Mais que alguns instantes. Fica, por favor. Mas a voz não te alcança e o teu desejo de liberdade move-te a alma. Eu e tu seremos sempre os mesmos sentimentos a fugir de nós. Ali, naquele instante, deixei um pouco de mim, quase tanto quanto deixaste em mim. Perdi o amor e a esperança ao som dos sinos da capela. Soube-me a uma despedida agridoce. Feliz e triste em simultâneo, nunca pensei ser possível. E as tuas palavras mataram o meu coração. A liberdade era para ti mais importante que o nosso amor. Não percebeste a minha súplica final e disseste que precisavas ser livre. Assim seja, meu amor. Vou deixar-te livre para voares, mas não voltes pois jamais encontrarás quem deixaste para trás. Ser livre tem um custo, para ti foi perder o amor (quase) indestrutivel que sentia por ti.
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