Às vezes dou por mim a pensar em ti nos momentos mais insólitos. A
desejar-te, quando não devia. A querer-te quando a razão grita-me que não posso. A recordar o nosso, os momentos que são só de nós dois. Pertence-nos porque o sentimos,
mas não é nosso porque não o detemos. Porque não o controlamos. Será
estranho? Também partilhas de igual sentimento? Também sentes a saudade a arrepiar a alma? Nessas alturas em que a falta de ti invade-me o ser, desconfio que o meu espírito agarra-se ás lembranças de nós. Como se fosses capaz de despertar em mim sentimentos e emoções naturalmente em mim adormecidos. De forma quase inata. Quem saberá dizer-me porque cada pensamento leva-me de volta a sensações tuas? Tens sabor de casa, de lar, de permanência. Devolves-me a mim. Acho que não tens noção de tudo o que sinto quando estou ao teu lado, talvez por nunca te disse. Guardo todas as palavras dentro de mim e não me atiro de cabeça como fiz tantas outras vezes. Há algo em ti que me pede para ter calma. Ser mais razão e menos coração. Pela primeira vez em muito tempo, eu oiço o que a minha intuição murmura-me ao ouvido. Como se o amor se resumisse a ti. Como se fosses tu a verdadeira definição de amor. Nestes momentos de solidão, pergunto-me como seria se tivesse confessado este sentir. Se me mostrasse como sou, sem filtros. Hoje suspeito e tenho quase a certeza de que estou apaixonada por ti. Tal como me disseste que estava há duas semanas e eu a gaguejar, timidamente neguei. Quem sabe se poderia reter-te para a vida toda. Construir uma vida contigo. Vivermos juntos esta história. Quem sabe nascemos para percorrer os dias de mãos dadas. De almas entrelaçadas com o sangue a ferver. Porque eu e tu, tu e eu, somos iguais. Corações semelhantes, intensos, nascidos sob o mesmo sol de Inverno.
Por onde andas? Não fiques longe por muito tempo. Preciso de ti.
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