Pronto, outra alma foi embora de mim. Desta vez não me sinto triste ou empalidecida, não sinto nada. Quis escrever imediatamente depois da fuga, depois da última mensagem não respondida. Quis gritar também. Escrever um texto com todos os meus sentimentos e expô-los perante o mundo. Quis grunhir de dor, quis correr de mim para fora, quis esquecer tudo. Deixar que a culpa fosse dissipada, mas não o fiz. Agora não existe mais nada, evaporámo-nos. Como pode uma pessoa sair da tua vida do nada? Do nada. Num domingo vocês conversam sobre maturidade emocional e na segunda nada. Planos para um futuro contigo, qual o melhor lugar para passar o final de ano, o sabor de um cigarro durante um beijo, os gostos em comum. E depois disso, nada. Em menos de vinte e quatro horas as coisas tornam-se cruas, pesadas e superficiais, a intimidade dá espaço a um vazio e sentes-te culpada, tentando entender o que deixaste de fazer ou o que fizeste de errado. Meu Deus, serei assim tão pouco interessante? Onde foi que eu errei? De repente nada. E de repente tudo. Desta vez não sei mesmo, foi tudo tão rápido...
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