Já não me recordo do formato dos teus olhos, nem da cor, nem dos cílios, nem do brilho que deles emanava quando as tuas experiências através deles gotejavam. Apenas lembro-me que sempre que os via brilhar de perto, tudo dentro de mim contorcia-se como mil borboletas violentamente presas num turbilhão. O coração desesperava-se por engolir as palavras em silêncio e eu desviava a face com receio de leres as palavras guardadas no fundo da minha alma. Foram nas várias vezes que me perdi no teu olhar que a minha existência teve mais cor e os meus dias tornaram-se menos chatos.
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