sábado, outubro 30, 2021

Sentir-te até parar de sentir-te.

 

 

 

Quantas saudades tuas tenho eu! Ás vezes apertam demais o coração dentro do peito, sabes? Parece que o mundo parou, as estrelas apagaram-se, a maré tornou-se rasa, que as folhas das árvores perderam a tonalidade verde. Eu sinto dor, ou melhor, a dor sente-me. Não sei explicar por palavras, mas sinto que roubaram um pouco do meu coração. Não sei como recompor-me porque sempre  que vejo uma foto tua, o meu coração pulsa tão freneticamente. Eu simplesmente destabilizo-me. Esmoreço. Desanimo. Perco os sentidos. Perguntei a quem quisesse ouvir-me se a saudade mata e responderam-me que não, mas que o peito vai doer por algum tempo até a dor ir embora. Gostava tanto que houvesse algum tipo de medicação que eu pudesse tomar para esquecer-te. Por que dói tanto? Por que te amo de forma desvairada? Por que passo o dia a pensar em ti? Passeias na minha mente, tomas um café, fumas um cigarro e deixas os cacos para eu deitar no lixo.  A minha vontade é correr. Correr tanto até aprender a esquecer-te. O problema é que vais sempre comigo para onde eu for. Eu só queria deixar de amar-te.  O que me resta é gritar, desfazer-me em lágrimas, vociferar e amaldiçoar o teu nome. Amo-te, porra! Talvez alivie um pouco a dor. Talvez aumente. Não sei, já tentei quase tudo. Se eu soubesse que eras alguém temporário, não ter-te-ia deixado latejar no meu interior.  Ainda latejas a cada segundo que estou longe de ti. Enterraste-me numa depressão tão intensa que estou procurando por mim até hoje.  Eu joguei-me no abismo dos teus olhos quando te conheci mas nunca imaginei que fosse tão profundo. Disseram-me que não existe medicação para esta dor que me consome dia e noite, a única solução é sentir e não mentir para mim mesma. Acrescentaram que um dia diminui até virar apenas uma leve palpitação, e em alguns casos, a dor até desaparece por completo. Só não sabem dizer-me quando. Eu decidi sentir-te, até parar de sentir-te.

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