Partiste. Desprendi a tua mão e seguiste o teu caminho sem hesitar ou esboçar um último sorriso ou um adeus. Num segundo estavas ali ao meu lado, com todas as tuas promessas sobre o mundo incerto que criavas na minha mente, no seguinte não te via sequer ao longe. Fiquei sozinha nas ruas da cidade tentando reconstruir todos os nossos passos, tentando assim que a saudade seja menos atroz. Ainda encontro réstias de ti no café do jardim, nas ruas da praça ou na paragem do autocarro onde esperavas por mim. Percorrer os nossos caminhos atenua a dor que me consome durante o dia, mas a madrugada é sempre dilacerante e não consigo escapá-la. Não te alcanço os olhos há muitos dias e sinto-te a falta a cada suspiro que solto, entregue á dor que me deixaste. Verto-me hoje em lágrimas, envolta nas dúvidas em que me enredaste, e com a certeza que não sei como viver sem sentir-te por perto. Queria apenas que voltasses de alguma forma, só por um segundo, ou por uma vida inteira.
Sem comentários:
Enviar um comentário