Sou uma constância de sentimentos que
transbordam dentro mim de tal forma que não sei codificá-los. Eles atormentam-me, rodopiam na minha cabeça gritando palavras mudas. Meu
coração palpita, as minhas mãos congelam, meu sorriso aparece e desaparece a
cada enxurrada de sentimentos e eu navego dentro deles sem saber para
onde ir. Sinto-me perdida dentro de mim, em um labirinto que parece não
ter fim. Na minha mente um dia faz sol, no outro faz chuva e eventualmente um
arco-íris vem colorir com lápis de cera os meus sentimentos, quase sempre a preto
e branco. Busco no dicionário significados para descrever o que sinto
ou possivelmente sinto, mas as buscas sempre são em vão, nada ali fala-me sobre o que o meu coração idiota e amassado pensa. O meu cérebro desespera e discute com o meu coração sobre a razão dele não entender até hoje porque
fico mais feliz quanto estou com "ele". O meu coração tenta explicar o quanto a companhia dele era terapêutica e como só ele era capaz de arrancar os segredos escondidos na profundidade da minha alma, mas
os dois não falam a mesma língua. "Porque não ouves os meus conselhos com atenção, meu caro aprendiz coração, assim tu nunca aprenderás",
o meu cérebro sempre avisa. Tudo dentro de mim é um muito de nada, um
pouco de muito, um grito desesperado de alguém que tem medo de continuar a sentir um amor que se transformou numa saudade acutiliante, alguém
que coloca os auscultadores para abafar a dor de um coração despedaçado e para não ouvir os seus próprios pensamentos. Alguém que por fora é
inteira, mas por dentro é só estilhaços.
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