quarta-feira, setembro 15, 2021

Homicídio.

 

 

Tu não sentes a minha falta e, bem lá no fundo, eu sei disso. O meu coração sabe. No entanto, se não desistir de ti, continuo a poder fingir que a dor que me causas, as ilusões, os danos e a ansiedade não existem. Finjo não ver que a minha saúde mental e psicológica estão por um fio. A minha alma pede-me para continuar, acreditando que um dia os meus esforços serão recompensados.  Estou ferindo-me como nunca me feri antes, carregando um fardo que não mereço, e para quê? Porquê? Tu vais desaparecer por dias, semanas, meses. Não importa o que eu faça, não importa o quão compreensiva e amiga eu seja (na tua vida, na tua cama), não importa se eu movo céus e terras. Tu não te importas. Vais embora e levar contigo a melhor versão de mim. Não vai sobrar nada de mim. E vou arrepender-me por não ter desistido de ti. Vou desperdiçar lágrimas, despedaçar o coração, impregnar o pensamento com o teu aroma e odiar-me. Abandona-o primeiro, sussurra-me uma voz no fundo do meu ser.  Joga fora todo o amor que tens dentro do peito. Empurra-o para longe de ti junto com todos os esqueletos mutilados das borboletas que ele matou no teu estômago. Comete o mais vil dos homicídios e engasga-te com os teus sentimentos. Não aceites tão pouco e penses que é amor por causa de algumas (poucas) palavras doces. Porque quero ainda ser tudo para ele? Mata-me, simplesmente.

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