Hoje era um daqueles dias em que eu queria-te por perto. Saudosa, a
desejar estar longe dos sorrisos que os outros merecem mas que não
encontro em mim, era perto de ti que eu queria estar. Já passou algum
tempo e parece-me agora demasiado. Esperava sempre pacientemente
enquanto fazias mil coisas para de seguida poderes estar só comigo,
visita não combinada mas sempre tão esperada. Perto de ti, sem
exigências, vivia a minha apatia de uma existência sequiosa de um toque
como o teu. Dias solitários que queriam que ainda chovesse mesmo depois
de uma noite de tempestade. Então ficava perdida nos teus beijos a
sorrir contigo por cima da música na rádio que nunca desligavas até o
tempo dizer que tínhamos de ir. E ia, não contrariada, porque este
conforto já sentia meu, porque o dia continuava frio mas o teu olhar
mais quente, porque o dia ficava com mais horas. Já não te entrego
palavras. Tu já não me devolves vocábulos com duplo sentido. Não
escolhemos o fim porque começámos ao contrário. Hoje já não é um
daqueles dias e o dia de hoje continua assim abandonado e perdido na
bruma.
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