Eu dei-te tudo, coração e alma. Quase arranquei a pele de tanto querer ser tua. O sangue que ferveu ao ler as tuas palavras vai aprender agora a arrefecer e fluir naturalmente. Não posso querer continuar a insistir em ti e a querer ser tanto para ti quando não recebo retorno algum. Entrego-te intensidade e recebo dois ou três suspiros em troca. Abro o meu coração e deixo-te ver as suas cores e tu continuas a ser preto e branco. Estendo-te a palma da mão na esperança de agarrar a tua e sinto apenas o vazio a roçar por entre os dedos. Eu luto constantemente contra a saudade dos teus beijos, do teu sabor agridoce e do teu sorriso malandro e adoçicado enquanto a tua vida segue impávida e serena. Sempre me disseste que nunca dirias o que sentias e eu aceitei ser a tua maneira de ser, mas sentir que tudo o que o teu ser nutre por mim é indiferença, rasga-me a alma por completo. Sentir-me longe não tira a luz dos teus dias, receber o meu calor não aquece o teu coração gelado nem estremece o teu olhar. Não posso querer amar por dois, mesmo quando o meu coração grita desesperado que gosta muito de ti e não quer desistir. Não posso forçar o teu corpo a querer o meu, não posso obrigar-te a sentir a minha falta. Não posso querer-te mais do que a mim. Não posso deixar que a dor que me agarra e trucida o peito fale mais alto que o meu amor-próprio. E a saudade rima com o teu nome que só eu sei qual é, o coração aflige-se mas conforma-se. Vou conseguir que deixes de assombrar os meus dias porque enquanto me caem as últimas lágrimas pelo rosto, entendo finalmente que tu não percebes qual o conceito de amor. Perdemos a intensidade e nada mais há a fazer.
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