sexta-feira, junho 11, 2021

Sempre que eu choro.

 

 

 

Novamente a escuridão a enredar-se no meu coração, roubando-lhe a cor sangue vivo. Sonhei que estava a afundar-me lentamente num mar de promessas não cumpridas, perdida em cada momento em que senti superficialidade nas palavras. Eu assoberbo-me em emoções que se atropelam sem querer e deixo que a confusão inunde a minha alma. E sempre que eu choro estas lágrimas de desespero, surjo cada vez mais forte, menos coração e mais silêncio. A minha mente que alberga mil vozes em simultâneo que me gritam que tu não te importas comigo nem com o que sinto, estrangula-me a capacidade de manter-me sã e coerente. Quando o barulho se tornar demasiado para suportar, matarei sem dó nem piedade todas as réstias de sentir que ainda guardo por ti no lado mais calejado do peito. Irei afogar no teu sangue estas lágrimas que se contorcem no meu resto perante a tua ausência. Eu sinto muito e sofro na mesma intensidade. Apaixono-me em segundos e destruo-me noutros minutos. Quando estas lágrimas caírem novamente, guarda-las-ei na palma das mãos para não me esquecer do quanto os meninos de olhar inocente são demónios portadores de adagas nocivas ao meu pobre coração. E eu sei que irei passar noites sem fim aprisionada dentro da minha mente questionando-me onde estás e que alma se enreda nesse momento nas tuas mentiras e no teu suor. Contarei de igual modo os dias cinzentos a passar por mim sem a névoa da tua alma perto do meu ser mas sei que serei forte o suficiente para calar a saudade e afastar as tuas palavras, lembrando-me das lágrimas que sempre choro quando sinto. Ai, e como eu sinto! Sinto tanto quanto choro.

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