O meu coração enganou-se. Desculpa, nunca foi minha intenção iludir-te. O tolo não consegue ver para além da ilusão que criou, qual fantasia perfeita de ti que jamais foi a realidade. Não quis magoar-te, juro. Não sinto o estremecer na ponta dos dedos nem as borboletas no estômago. O fervor que me percorria o sangue esfumou-se e o coração arrefeceu. Mudei a cor dos meus sonhos. Não tinham o teu nome afinal. Desculpas-me? Quero crer que o teu sentir era ainda menor que o meu e o teu cerne mantém-se inabalável. Olhei agora para ti com o olhar mais sério e não me revi. Não senti amor. Eu estava a deixar-me consumir por um fogo que não existia. Uma vontade cega que me movia. Uma miragem do meu interior da imagem que eu queria que fosses. E enquanto despojaste-te de todos os teus medos e receios, observei-te da janela tentando absorver todo o teu mistério. Permaneceste imóvel á entrada da minha casa sem dizer uma palavra. Eu tentei que o coração sangrasse uma última vez enquanto me prostrei de joelhos á tua frente, mas as palavras há muito que tinham me abandonado. Não havia nada por sentir nem por ser. Apenas um coração desprovido de sentimento e repleto de desculpas. Desculpas-me?
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