domingo, setembro 06, 2020

Oceano.

 


 Como é possível estares tão perto do meu coração e eu sentir-te tão longe?  Eu consigo ler as histórias tristíssimas que carregas no olhar, no entanto dizes-me que não tens nada para contar-me. Tudo o que eu quero é mergulhar em ti como nunca fiz com ninguém, apenas tens que deixar que me perca na tua profundidade. Eu conseguiria lidar com todas as tuas formas de ser e entender o teu coração, só preciso da tua permissão. E aqui estás tu ao meu lado sem que eu possa tocar na tua pele, transbordando tanta beleza que quase doí fisicamente olhar nos teus olhos. Tudo o que eu queria fazer era ouvir o meu coração e nadar na tua alma, mas as ondas continuam a rebentar no meu peito e a empurrar-me de volta para terra. Eu não tenho medo de afogar-me em ti e inundar o amâgo de mar salgado. Estou cansada de permanecer na margem. Deixas-me entrar em ti? És um oceano lindíssimo e magnânimo no qual eu quero nadar até me perder. Por enquanto vou permanecer sendo o farol que nos ilumina na escuridão sempre que me deixas sozinha. Sempre fui menina de entregar-me por completo quando o quesito é amor. Mesmo quando na maioria das tentativas o amor não foi suficiente para ser completa.  Eu não quero descobrir por quanto mais tempo consigo sentir-me abandonada aqui sem ti antes de perderes-me definitivamente. Olhas-me nos olhos e prometes-me que não me vais perder? Eu não consigo esquecer os momentos em que estive entre os teus braços, fortes como o oceano.

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