Primeiro tu apareces-me e mostras as coisas das quais, até ontem, eu não tinha medo. Eu acredito nelas e, de repente, elas se tornam muito mais do que uma simples crença. Encorajas-me ao amor, retrocedo nos dedos. Vens, vendes sonhos para nós, mas eu compro só para mim. Vejo um futuro, chamo-te por cima do muro da saudade, estico os pés na esperança, apoio-me na confiança, espero uma resposta do amor. Será que é só medo a nossa distância? Eu fico aqui com a pergunta e também com a resposta e eu ofereço-as a ti como quem oferece um pedaço de vida. Tocas nelas, mas não as abraças. Vê-las, mas não as retribuis. Tu não existes. Primeiro eu desejei o amor, depois uma possibilidade, agora não desejo quase nada. Eu continuo, então, presa a esses sonhos comprados, evaporando meu amor, desistindo de uma vida para nós. Acho que é por esse poro que a esperança se esvai.
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