sábado, agosto 08, 2020

A saudade que se colou em mim.

 


Queria que me explicasses o que faço com a saudade que se colou em mim e devora-me lentamente por dentro. Habituei-me contra a minha vontade ás palavras que me entregavas por serem o que me aquecia o amâgo. Sonhar com algo inantígivel tem consequências nefastas, as que agora sinto na pele. Não consigo dormir sem que o teu semblante me assombre em recordações e a angústia de não te ter por perto não torne o meu peito apertado na escuridão da noite. Refugio-me ao fim de cada dia nas juras que me fizeste e que guardo como se fossem pedras preciosas. Sei que dificilmente vou voltar a ouvir-te proferir tais promessas de ficares comigo para sempre ou de sentires que fomos feitos um para o outro. O meu coração sempre se escondeu por detrás de um espesso escudo para evitar ser ludibriado por alguém como tu, perfeito e inebriante na mesma medida que frio e calculista. Não sei como mas tu atravessaste o meu ser e destruíste todas as minhas defesas com promessas de amor e as frases que eu sempre quis ouvir, apenas para abandonar-me neste vazio em que me perco. Eras o meu alento nos últimos dias em que me reconstruía e conseguiste deixar-me mais despadaçada do que alguma vez estive.

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