segunda-feira, janeiro 15, 2018

Desculpa.

Nunca pensei que chegasse finalmente o dia em que ouviria um pedido de desculpas. O teu arrependimento não fará o tempo voltar atrás, mesmo que as tuas palavras tenham sido impregnadas de sinceridade. Não consigo ensinar o meu coração a ser novamente livre de ti, ainda que estejas verdadeiramente ressentido por todas as vezes que me rejeitaste sem te preocupares com o meu sofrimento. De que servem as tuas desculpas se não apagam as noites passadas a chorar compulsivamente, não fazem a minha mente esquecer o facto de nunca ter sido o suficiente aos teus olhos, nem fazem esquecer as dores que atravessaram a minha alma vezes e vezes sem conta, sangrando um amor que nunca foi recíproco. O silêncio sempre foi a única forma de aguentar um sentimento que dilacera e atravessa o meu ser sem que eu nada possa fazer. Não há tempo que apague o teu toque, a tua voz ou a forma como me fazias sentir, ainda que eu fosse a única a ser possuída por esse sentir tão avassalador. Vou esconder-me no silêncio novamente porque as tuas palavras, mesmo que verdadeiras, não irão desvanecer o amor que ainda sinto desde sempre, nem vão esfumar as cicatrizes que deixaste no meu ser quando fingiste que me amavas de volta. A falta de retribuição nunca foi razão suficiente para deixar de querer e de insistir, por muito que nunca valorizasses. O meu coração já aceitou que nunca vai ser a outra metade do teu, mas por mais que eu queira, não consigo deixar de sentir-te em cada canto de mim.

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