segunda-feira, maio 23, 2016

There's no life without you.


Voltei a entrar naquele espaço e, no mesmo instante, senti o teu aroma impregnado ainda nas paredes que não esqueceram o teu nome, nas roupas que recusam-se a deixar-te ir e no ar que permanece entrelaçado na memória de ti. Por mais tempo que passe através da minha dolorida alma, todos os pensamentos continuam colados a mim, como se fosses a minha maldição pessoal; uma forma mesquinha de relembrar-me que continuas a existir e a tua vida continua, ainda que sem te aperceberes da minha ausência. Já não me procuras quando a solidão apodera-se de ti e a noite é mais cruel do que deveria ser; nem te lembras do meu nome quando sentes o peito apertado. Esqueceste todas as formas de amar-me e abandonaste-me, acreditando que eu conseguiria seguir impertubável, como se deixar-te ir fosse simples como rasgar uma folha de papel. Deixaste-me, sem te importares com o vazio que todos os dias carcome-me o peito e estrangula-me o coração. Sequei já todas as lágrimas por tua causa, enquanto tu continuas a encontrar novas formas de sorrir e eu impotente não consigo ser ao menos uma réstia do que faz palpitar os teus sentidos. E eu nem sei o que me dilacera mais a possibilidade de algum dia ser feliz: saber que te perdi irremediavelmente e que nada do que eu fizer poderá alguma vez mudar isso; ou saber que tu continuaste os teus dias como se eu nunca tivesse feito parte de ti.

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