quarta-feira, outubro 14, 2015

NB.




Quando já pensava ser impossível a nossa história chegar a um fim, pronunciaste as derradeiras palavras que nunca tiveste coragem até este momento. Para ti, tudo terminou e guardaste-te nas promessas que me juraste, escondendo-te nas mentiras que fabricaste e negando veementemente os sentimentos que sempre nutriste por mim. Eu, no entanto, fiquei aqui, prostrada perante a tua ausência e tentando recolher todos os estilhaços que voam de mim. Faltam-me pedaços significantes, aqueles que tu preenchias por completo com os teus vocábulos, com os teus beijos e com a forma singular com que me olhavas de cada vez. Tomaste uma nova direcção e levaste o teu coração contigo, esquecendo-te que tu continuaste para sempre retido no meu. Tenho ainda esperança que ela seja tudo o que te conforta e alimenta a alma, de tantas maneiras quantas eu tentei e falhei. Não serei hipócrita, dizendo que quero somente a tua felicidade enquanto o meu ser mergulha nesta profunda agonia; mas uma grande parte de mim aguarda ansiosamente saber que te sentes um pouco mais completo, menos revoltado e que tenhas conseguido aprender o verdadeiro significado do verbo amar. Ela parece-me ser alguém que te consegue cativar de todas as formas que eu não consegui e pode até ser que o seu coração seja o encaixe perfeito do teu. Resta-me somente perceber, enquanto o tempo não apagar todas as mágoas que me restringem, o que fazer com esta metade rasgada que ainda bate no meu peito enquanto grita em silêncio o teu nome...

1 comentário:

samedi disse...

Que o "grito" não te apodere a alma. Força nesse coraçãozinho!