sexta-feira, setembro 19, 2014

Chorar por mim.





Escolheste abandonar o conforto dos meus abraços, o teu lugar seguro nos meus braços no que penso ter sido uma decisão reflectida e demorada. Argumentaste com as frias palavras que até hoje recordo com o sabor agridoce da desilusão entranhado nos meus lábios. Quase juro que nunca pensaste ser possível ser abrigada por outro peito e no quanto essa visão seria dolorosa para o teu coração. Nunca equacionaste ser perfeitamente normal haver uma alma capaz de assumir o amor que sempre negaste... mas a verdade é que ele corresponde aos meus sentires. Não entendo, portanto, após a tua ponderada despedida, lamentares um coração perdido e despedaçado e chorares por te sentires desse modo quando escolheste sentir-te assim. Peço-te que reflictas e cesses as palavras quando a vontade de chorar irromper pelo teu peito porque não tens, de maneira alguma, o direito de chorares por mim. Deveria ser fácil para ti seguir em frente, esquecer o que fomos e o que eu senti por ti; o que fiz após o teu abandono deveria ser-te irrelevante. Seguiste o teu caminho, decidi seguir o meu sem olhar para trás. Estou cansada das tuas constantes investidas ao meu coração, aliás, tu foste o primeiro a desistir de nós e de tudo o que poderíamos ter sido. De cada vez que a tua presença se impõe na minha vida, tudo torna-se muito mais complicado. Deixei-te partir porque era o teu desejo, apenas deixei de esperar por ti porque era o que tu querias... que te deixasse ir. Por isso mesmo, imploro-te: permite-me seguir em frente, sem as tuas palavras, sem os teus remorsos, sem os teus lamentos sem fim. Afinal, quem acredita ainda em meias verdades e palavras que nunca se concretizam em acções? Já há muito que deixei de acreditar em ti e sobretudo, em nós. Não tens, de todo, o direito de chorar por mim...

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