terça-feira, julho 23, 2013

Fight for the things you love.



Lembro-me, com o coração pequenino apertado dentro do peito, da primeira vez em que vieste buscar-me no teu estúpido carro e permanecemos em silêncio até que decidiste romper o mesmo com as tuas desnecessárias palavras. Recordo-me ainda do instante em que adormecemos nos nossos medos e deixámo-nos ficar despidos de tudo, naquela rua escura enquanto eu ouvia-te a chorar. Lembro-me da avidez dos nossos beijos nessa noite. Percorrem-me a memória as recordações do teu coração a partir-se e o som que esse mesmo acto perpetrava no silêncio da madrugada. O teu coração estilhaçava-se porque não poder passar a eternidade a teu lado partia o meu em fragmentos indecifráveis. Recordo-me de ver-te entrar novamente naquele café volvidos seis meses e sentir que a minha alma estava novamente inteira, como se nunca tivesse faltado uma parte sua que eu considerava crucial. Lembro-me perfeitamente das conversas nas noites tardias. Relembro os instantes em que queria falar contigo e correr de volta para os teus braços assim que tinha me despedido de ti. Lembro-me de todas as palavras trocadas, cada olhar expressado, cada silêncio volvido, cada gesto deixado por explicar, cada sentimento que ficou por definir. Ainda sinto o sabor dos teus beijos açucarados. Lembro-me de me apaixonar por ti e nunca ter-te dito. Lembro-me de afastar-te de mim sempre que te sentia demasiado perto. Lembro, com uma angústia entrelaçada no peito, o momento, o segundo, o instante desgraçado em que o arrependimento se apoderou de mim na noite em que decidi despedir-me de ti definitivamente. Lembro-me do som que as lágrimas produziam ao embater violentamente no chão. Lembro-me das últimas dolorosas palavras.  O meu coração foi arrancado a sangue frio do meu peito. Eu imaginava-me a passar o resto da minha vida contigo. Beijar-te em frente ao Big Ben em Londres, passar contigo debaixo do Arco do Triunfo em Paris, visitar as ruínas do Império Romano. Passar um dia inteiro na cama contigo. E agora, partilhas todos estes sonhos que eram meus, com ela. Aos teus olhos, ela é fantástica, é perfeita. Este pensamento tortura-me desde sempre e mata-me por dentro. No entanto, uma ínfima parte de mim, está feliz por saber que estás bem. Não estou propriamente contente por ser ela a alma que te faz feliz. Nunca consegui dar-te tudo aquilo que desejavas. Estamos tão longe um do outro neste momento. É o pior sentimento do mundo. Sinto-me como se as minhas mãos estivessem amarradas atrás das minhas costas e a minha boca selada. Se ao menos voltasse a ver-te por alguns segundos... se pudesse falar contigo alguns minutos. Nesse instante, decerto verias que estou a tornar-me na mulher que tu, naquele tempo, desejavas que eu fosse. Queria que fosses tu a ser parte deste meu crescimento emocional. Parte da minha mudança enquanto ser humano. Sinto a tua falta a cada instante, mesmo quando não penso em ti ou não falo em ti, és saudade constante no meu ser e serás sempre uma parte latente no meu coração. Nunca te poderei dizer tudo isto cara a cara, mas gostava mesmo que isso fosse possível. Penso que isto serve-me como lição de vida e uma aprendizagem valiosa. Jamais voltarei a deixar partir alguém que signifique o mundo para mim. Por mais assustada que esteja, agarrar-me-ei com todas as minhas forças e impedirei, de todas as formas exequíveis, que tal alma me abandone como tu fizeste. Nunca mais ligarei a um orgulho ferido, á vergonha de lutar pelo que acredito ser certo para mim. Lutarei sempre pelo que amo e prezo ter a meu lado... até ao meu último sopro de vida.

1 comentário:

andrii disse...

está tão lindo!