quinta-feira, julho 25, 2013

Pedaços de amor.



Guardei pedaços de amor entre os dedos, numa vã e inútil tentativa de entregar-te alguns destes mesmos fragmentos quando nos reencontrássemos.  Escondi, no fundo da minha alma, sabendo que nenhum ser se lembraria de procurar dentro de mim, todos os sentimentos que as palavras não poderiam jamais descrever. Enxuguei, contrariada, na ausência das tuas mãos que me amparassem o rosto, lágrimas salgadas que se libertaram do meu interior sem o meu consentimento. Refugiei-me na minha solidão, atormentada constantemente por uma saudade arrasadora ,agarrando-me ás memórias que me consolam parcialmente, tentando suportar o passar de cada enervante segundo que estou longe dos teus braços, lugar que considero o encaixe perfeito para o meu coração; enquanto tento ignorar os sinais que se apresentam diante dos  meus olhos. As minhas tentativas de reter o amor enclausurado nas minhas mãos revelaram-se infrutíferas e as tuas demonstrações de afecto cada vez mais escassas. Terminava os dias a duvidar incansavelmente do amor que clamavas guardar dentro de ti, á medida que o meu escapulia-se por entre os dedos de uma só mão. O cansaço foi tomando conta de mim até ao instante em que transpôs o nível físico e invadiu o foro emocional. Em fase quase terminal, saturada e esgotada psicologicamente, deixei escorrer uma última lágrima perante os teus olhos, abrindo, simultaneamente, a mão e deixando escapar os últimos pedaços do mesmo sentimento que me carcomia o ânimo, o coração e o peito...

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