sexta-feira, março 29, 2013



Costumava ser mais simples. Eu mandava-te uma mensagem e dizia que estava cheia de saudades tuas, precisava ver-te; tu apanhavas-me em um sítio qualquer uma hora depois, geralmente com meia hora de atraso, e perdiamo-nos um no outro quase de imediato. Fomos assim durante algum tempo. O nosso único elo eram os teus pijamas que eu vestia para dormir aconchegada  a ti... Talvez algum tivesse valor sentimental. Mas era, sem dúvida, o mais parecido a sentimento que alguma vez nutri... No entanto, a partir de certa altura, comecou a ser importantissimo que dissesses que querias ver-me, que sentias saudades; que me desejasses apenas com um olhar; que dissesses que eu era bonita e que sentias-te especial por eu ser tua. Comecou a ser importante saber o que a tua família pensava acerca de mim e onde estava a tua roupa, o teu telemovel, tudo o que fazia parte da tua vida. Comecou a complicar demasiado. Tornou-se numa relação de dependência e extrema necessidade. E senti, por fim, a necessidade de escapar, fugir, evadir-me de mim mesma. Eu não amo, eu adoeço...  Portanto perdoa-me, mas não quero enlouquecer.

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