calor que somos.

Que bem sabe rever-te depois de cada ausência tua! Infelizmente, cada segundo que me perco em ti parece-me passar a correr e vejo-me longe do fascínio que aprendeste a ser em mim, demasiadas vezes. E sabes, somos tão parecidos que deviamos ficar juntos. Perdermo-nos neste calor que ambos somos e esquecer o frio que, apesar de não sentirmos, abraça-se em simultâneo aos nossos corações. És, decerto, ser solitário como eu e se ao menos soubesses como eu sonho ter-te nos meus braços. Sentir-te realmente enredado no meu deserto corpo, perder-me nesse sorriso que me fascina e nesse calor que me delicia os enlouquecidos sentidos. Queria tanto ser tua que acabo por sonhar contigo a cada minuto, a cada instante. Nem sempre estou a dormir, mas a tua figura está impregnada em cada imagem que desliza na minha mente e o teu nome enrolou-se na minha lingua. Os teus olhos cravaram-se nas minhas memórias e o toque quente das tuas mãos alimenta a minha sede de ti. Seria certamente capaz de olhar-te durante as oito horas diárias que estás ao meu alcance mas não quero que fujas. Estou tão habituada a direccionar os olhos para ti que não me imagino sem te ver. O meu coração sentiria um gelo infindável sem a tua presença tíbia ao meu redor e a minha alma seria sem dúvida menos feliz sem o teu fixo e penetrante olhar a reconfortá-la sempre que ela precisa. Quero-te sempre por perto e, a cada dia que passa, almejo um pouco mais ter-te não só perto, mas dentro deste peito de forma recíproca e eterna, neste fogo que somos e que nos alimenta.