segunda-feira, dezembro 12, 2011

saudade reprimida.




Sinto que não te vejo, ao que me parece, há meses. Passaram apenas duas semanas, mas a saudade diz-me o contrário. Avisa-me que o tempo é relativo e a dor que ela transporta é a única coisa que é real. Eu luto contra aquilo que sinto, mas eu sei, no meu intimo que as poucas palavras que me deixas em cada noite ao lado da cama reacendem cada centelha de paixão. Alojam-se diante do relógio e depositam-se na garrafa de água que ingiro para que, assim, os fragmentos da tua essência continuem entranhados no meu já revestido de ti ser. Eu juro a cada dia de solidão que vou esquecer-te, mas basta o teu nome no visor do meu telemóvel para que eu apague todas as promessas. Eu tento, constantemente, recordar as mágoas, as feridas e as ausências quando de ti mais precisei, mas as carinhosas palavras sobrepoem-se a tudo, mesmo que não estejas ao meu lado. Falta-me ainda o teu odor, a tua voz, o teu olhar que tanto faz suspirar o meu, mas as palavras aquecem-me a alma e impedem-me de olvidar-te sem que me arrependa quase de seguida. Digo ao meu coração que mereco melhor, que superar-te seria o mais acertado, mas sou mais teimosa que as minhas palavras e o que profiro esfuma-se em menos que um segundo. E eu, por mais que analise o meu cerne, ainda não sei porque me apaixonei por ti. Tu nunca me deste razões para eu alimentar este amor desmedido que me enlouquece nos braços de uma saudade reprimida. Jamais estiveste a segurar-me para que eu não caísse nos momentos em que era difícil ser forte. E nunca, de modo algum, sentiste o mesmo por mim. A reciprocidade não se colou aos nossos amâgos ainda que quase tenha desfalecido neste tentar. Sempre julguei que a intensidade do meu sentir fosse suficiente para que esta ligação fosse eterna, mas sozinha, sinto que esta tentativa de continuar nestes afectos devora-me o sorriso invés de o alimentar. Esgotas-me nesta ausência de porvires e eu, sem saber ainda porquê, continuo á espera da próxima presença, ainda que saiba perfeitamente que nunca deveria ter-te permitido voltar.

6 comentários:

n. disse...

ohhh, este texto está extraordinário! :) sigo de volta! *

Rute Neves disse...

nada a agradecer querida, estás de parabéns.

Sofia ☮ disse...

eu gostei princesa :)

Holly Golightly disse...

meu deus, o teu blog é fantástico o:

Sofia ☮ disse...

sabes? na minha opinião? se queremos mesmo uma coisa a coragem nunca, mas nunca falta!

Catarina disse...

amor, mil obrigadas pela tua opinião, vou fazer uma sondagem para apurar votos mas claro que vou ter em consideração a tua opinião e vai ter muito valor para mim.
OBS: tenho de te pedir imensa desculpa pela demora a responder-te mas o apetite que tenho para vir aqui ao blog é muito pouco