quarta-feira, dezembro 14, 2011

nas páginas do meu caderno.


Nas páginas do meu caderno, tentei escrever-te como me sinto. Risquei incoerentes letras, rasguei folhas com escassas linhas e rabisquei os cantos ás páginas. Nada parecia-me inspirador quando as palavras estão gastas. E os sentimentos, talvez. Ponderei ser a caneta a não possuir emoção suficiente, mas acho que drenaste o meu coração até ao ponto de não conseguir transcrever para o papel como o mesmo se sente.A chávena com café não chega para acalmar o inquieto animo quando os afectos pululam no meu interior. Querem mesmo chegar a ti, os traidores. E eu gostava de demonstrar-te o meu sentir, mas tudo o que consigo fazer é olhar para a branca imensidão do papel e reflectir o vazio em que estou embebida sem ti. O melhor será descansar a escrita e os sentires que se agitam esta noite e, aconchegada no calor do sofá, embrulhar-me no entretanto morno fluído, esquecido na escrivaninha do meu lado esquerdo. De ti e do amor estuprado que em ti deposito, contudo, por mais que tente, não consigo forçar a lembrança a desprender-se. Mas ainda não será nesta solitária madrugada que escreverei o que sinto por ti...