É estranha a forma como aprecio o amor e ele odeia-me. Sinto os monstros a passear na minha mente, um a um. E a cabeça lateja, contorce-se, sofre e pede-me para que a desligue. Não consigo, sou cobarde e tenho medo de perder o espectáculo da minha morte emocional. "Nada fará sentido enquanto tentares com o coração cheio." E eu sei que tudo o que guardo no olhar pesaroso é o que mereço: um mundo de ilusões, um nada que carrega nas costas toda a maldade que um dia espelhei no rosto. Eu sou apenas uma alma danificada que se relaciona melhor com os monstros que com seres humanos. E eu peço mais tormentos, mais tortura, mais dor porque preciso de tudo para sentir que ainda estou aqui, que ainda não perdi a luta. Porque não matar o maior monstro de todos? Pede-me o universo e entregar-te-ei o meu ser em pedaços. E nada nunca foi tão linear. Peço tudo, pedes-me tudo, recebo nada e continuo a entregar tudo de mim. Dou-te em fragmentos tudo o que nunca tive. Quebro-me, estrangulo-me, asfixio-me, corto-me, quase que morro. Sempre quase e a morte ri de mim. Quase tanto como tu ris neste momento.
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