Ouve-me. Olha-me. Eu existo. Permite que eu inunde os teus pensamentos. Pensa em mim como alguém que tens medo de perder. Alguém que sonha incondicionalmente e que te toca no fundo da alma. Tudo o que eu quero é escrever palavras que atinjam o teu coração. Estou aqui ainda. Nua. Vulnerável. Coberta apenas de medos. Frágil. Intensa. Assustada. Desprotegida. Insegura. Estou perdida entre o ruído que me perturba e o silêncio que me atormenta. Lembra-te de mim ou pelo menos, do que de mim resta. Resgata-me e prende-me a ti antes que tudo isto se transforme em ódio. De mim. De ti. De nós. Que posso eu dizer-te que outros lábios ou outras palavras não poderiam? Que posso fazer para despertar em ti o desejo incontrolável de ter-me por perto? Não sou muito, mas por ti seria muito mais, mais tudo. Deixaria cair novamente a armadura e permitiria-me descansar no teu peito forte e viril, resguardada pelo mapa que percorre o teu corpo. São apenas as minhas palavras, as minhas lágrimas, eu simplesmente. Sou os meus sonhos, os meus desejos, os meus medos. Estou aqui como se estivesse morrendo e rindo simultaneamente. Estou aqui perdida no barulho desajeitado e no silêncio ensurdecedor. E peço-te humildemente que permaneças e me salves, ou que queiras tentar. Da mesma maneira que não hesitas em correr para salvar o mundo, resgata o que sobra do meu coração. Orienta um resquício do teu sacrifício na minha direcção e estremece este coração com os teus gestos que me colocam nas nuvens. Não sei como seguir em frente sem ti aqui. Ama-me como se ama alguém que parte sem retorno. Quero que nos ames porque eu não sei como amar os meus contornos. Aqui estou eu completamente exposta mesmo que não seja o suficiente para fazer-te querer ficar. Permaneço aqui envolta apenas em mágoa e fúria. Permaneço aqui algemada ao tempo que nunca é suficiente para fazer-te lembrar de mim. Sou esquecimento e silêncio. Sou nada e tudo. Sou silêncio.
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