Este sentir entrelaçado em saudade foi tudo o que eu jurei ao meu coração não voltar a sentir da última vez que ele se sentiu despedaçado. Os remendos ainda ressentem-se quando se lembram de como foi doloroso acreditar no amor e deixar que a ilusão fosse companheira. Mas que posso eu fazer? Já sinto a falta das tuas meias palavras, aquelas que diziam nada e tudo simultaneamente, dos momentos no final da semana em que passei horas trocando impressões contigo e esquecendo-me que o mundo existia lá fora. A voz eu não te sei dizer, mas a minha alma é certinha, pode não chamar á atenção, mas entrega-se incondicionalmente quando encontra uma essência como a tua. Eu queria mesmo encontrar o caminho que leva a ti, sem defesas, sem medos e sem tentativas de afastar-me, mas estou a perder a esperança de conseguir alcançar o teu coração teimoso. Eu prometi-nos que seria paciente, mas falta-me a segurança de saber que queres a minha insistência, o meu carinho e o meu amor. Tento enredar o meu interior em calma e perseverança e esperar que os dias passem e sintas a minha falta quando eu decidir guardar as palavras dentro do peito, mas tal e qual o enigma que és, não sei decifrar o que te passa pela mente. Queria conhecer as tuas dores, os teus anseios, a tua melhor e pior versões. Deixas-me chegar a ti? Estou a perder-me por entre as tentativas sem um sinal de reciprocidade. És a única pessoa que vejo na multidão, a única por quem o meu coração vibra, o meu primeiro e último pensamento do dia. Se isto não são os primeiros indícios de amor, não sei o que será.
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